sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Escrever é...

Bariloche

Escrever é transferir de forma concreta tudo que abstratamente eu penso!

Certo dia alguém me disse:-" Só pensamos pensamentos verdadeiros quando não pensamos nada." (Almir Seiki Inanine) 

Parece estranho, mas eu concordo com ele, pois geralmente quando pensamos lembramos de nossa vida, de coisas que temos que fazer, pendências. Estamos pensando, mas ao mesmo tempo estamos tentando resolver nossa vida, e os pensamentos que surgem são pensamentos sugeridos por aquilo que pensamos. Somente quando entramos em "alfa" e não pensamos em nada, que nossos reais pensamentos surgem em forma de ideias ou de novas buscas. É esse pensamento que muitas vezes temos em um momento de paz interior que devemos transformar em concreto, ele deixa de ser abstrato e passa a ser real.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ausência





Ausência



O ar lhe faltava,
suas pernas não paravam.
Ele corria rápido, sem rumo, sem direção,
seu lugar de parada era o nada.
O suor escorria em seu rosto
misturando-se as lágrimas.
Ele não parava,
A exaustão o levaria
para algum lugar.
Seu corpo tremia,
Sua alma gritava.
Ele continuava correndo,
o peito doía, as pernas cansavam,
mas ele não parava,
Sabia que nunca mais veria o seu tudo…
Ela.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Avena e Misteu

Vinã Del Mar - Chile

Avena era uma bela camponesa cortejada pelo poderoso Aragon cavaleiro real de bravura conhecida em seu país e nos paises onde havia travado batalhas, o romance ia bem, as vezes Avena queixava-se da solidão que sentia quando Aragon partia em missões ou batalhas. Um dia houve uma comemoração no vilarejo e foi nesta noite que Avena conheceu Misteu, o melhor amigo de Aragon. Foi um momento mágico, seu coração acelerou ao apertar-lhe a mão, e foi recíproco, Misteu se apaixonou a primeira vista. A cena foi meio constrangedora para Aragon que não entendeu o desalinho sem graça do amigo. Durante toda noite teve muita dança, Avena tentava acalmar seu coração, mas seus olhos pareciam sempre buscar os de Misteu, que nunca desviava os dele. Ao pensar no quanto ele e Aragon eram amigos e nas vezes que um já salvara a vida do outro, achou que podia se recompor e esquecê-la. E assim o resto da noite tentou olhar para outras moças, mesmo sentindo que era em vão. Os dias se passaram, novamente o destino resolveu uni-los em uma ocasião triste, a morte do pai de Aragon, o rapaz estava arrasado e consolava-se com sua amada. Avena se sentia um pouco culpada por estar amando outra pessoa e não ser sincera com Aragon, mas esse não era o momento certo, agora seu coração teria que esperar, afinal não era justo magoar ainda mais Aragon.
Avena queria dar um fim ao seu relacionamento e ir correndo para os braços de Misteu. Era uma tragédia a perda do pai acontecer justo agora, achou que estava condenada a ficar para sempre com Aragon, os olhos tristes dos amigos se encontraram, Misteu não conseguiu encarar o amigo, sentiu-se o pior dos mortais, uma cobra, um traidor, como podia amar a mulher de seu amigo, como se permitiu isso? O fato é que seu destino estava traçado, ninguém foge ao seu próprio destino. E assim após o enterro do pai, Aragon partiu para um reconhecimento de combate, estava triste, mas sua armadura impunha o respeito que sempre fez por merecer. Chamou Misteu em um canto e pediu que ele cuidasse de Avena, pois sabia o quanto ela detestava ficar só. Misteu tentou arranjar algumas desculpas para isso não ser possível, mas o amigo insistiu, pois passava por uma perda, e não agüentaria a segunda. Misteu tentou ficar o mais longe que pode de Avena, até que um dia recebeu a notícia de que ela estava muito doente e precisava de cuidados
Sem pensar muito a levou para sua casa, com a ajuda de sua criada seria mais fácil cuidar da moça, Ban, era criada dos pais de Misteu, e após a morte deles continuou a cuidar dele como se fosse seu próprio filho. Avena estava inconsciente e febril quando chegou e nem se deu conta de onde estava, porém Ban, logo percebeu o olhar de carinho de Misteu para ela. Dois dias se passaram, e Avena não melhorava, Misteu pensou que ia perdê-la, amava tanto, mas jamais trairia o amigo que confiava tanto nele. Seu coração ardia, tanto quanto o pobre corpo febril de Avena, sabendo que a moça estava inconsciente, ele não resistiu, abaixou lentamente, e seus lábios se encontraram com os dela, ele nunca tinha sentido tal sensação, medo, amor, desejo, culpa. E assim mais alguns dias se passaram, Avena estava melhorando, ele esperava que ela dormisse e a beijava, porém o que ele não sabia era que aquele sono tão profundo da moça tinha um motivo, o de esperar sua boca juntar-se a dele. Ela também o desejava, mas isso seria magoar alguém que sempre cuidou dela. Então, conversaram sobre seus sentimentos e como seria infeliz a vida de Aragon com tamanha traição, prometeram que suas almas seriam uma da outra para sempre e um dia elas ficariam juntas, mas nessa vida teriam que abrir mão da felicidade. E assim foi feito, Misteu afastou-se, a amava de longe, com a alma e ela também.
Na primavera os campos estavam floridos com lindas flores amarelas, Avena pegou um velho cesto para colher algumas. Enquanto caminhava pelo campo, sentiu que alguém a seguia, ao olhar para trás viu Aragon sorrindo, ela correu fingindo fugir dele, os dois se divertiam com essa falsa fuga, quando ao longe Avena avistou no castelo em ruínas, um cavaleiro negro, mesmo longe ela pode sentir a tristeza dele em seu coração, era Misteu, ele observava cada gesto, isso fez com que ela desejasse morrer, assim teria a chance de encontrá-lo novamente e ser finalmente sua.
Muitas vidas se passaram, muitas vezes Avena esteve próxima de Misteu , mas ainda não conseguiam ficar juntos.
Essa é uma história de amor, que pode ter acontecido mesmo, ou não, o importante é nunca perder a vontade de estar perto, cada dia é uma nova oportunidade.